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20 de dezembro de 2018
Conheça-te a ti mesmo
Em pleno meio dia, um senhor procurava alguma coisa em frente à sua casa. Um vizinho quis saber o que estava acontecendo. Perdi minhas chaves, foi a explicação. Tente lembrar onde você as deixou, aconselhou o visitante. Com tranquilidade, afirmou: eu as pedi lá em casa! Então, por que estás procurando aqui, admirou-se o vizinho? A resposta foi surpreendente: porque em casa está escuro, aqui fora é bem mais claro!
Quase sempre temos medo de entrar no interior de nós mesmos e, por isso, preferimos o lado de fora. Nosso interior tem áreas de sombra, obscuras e misteriosas, porões mal iluminados que nos metem medo e, por isso, preferimos ignorá-los procurando a exterioridade. O resultado não pode ser outro: acabamos por não encontrar as chaves, as razões profundas de nossa vida e de nossos dramas.
Na antiguidade grega, Sócrates constatava: conhecer a si mesmo é a mais difícil das artes. Tentamos conhecer o mundo, mas ignoramos a nós mesmos. Um personagem da escritora francesa Francoise Sagan comenta: olhando no espelho vi um rosto estranho: o meu.
Já na primeira manhã do mundo, ainda no Jardim Terreal, questionados por Deus, Adão e Eva não aceitaram reconhecer o erro. Eles pretendiam ser iguais a Deus, perfeitos. Isto excluía a possibilidade de erro. O próprio Jesus, sempre acolhedor, teve palavras duras contra os auto suficientes fariseus, caracterizando-os como túmulos, bonitos por fora, mas cheios de podridão em seu interior.
É natural que as falhas e erros nos mortifiquem e podem até diminuir nossa auto imagem. Mas precisamos admiti-los para poder superá-los. Uma lei básica da teologia e psicologia diz: aquilo que não é admitido, não é redimido.
O mestre Jesus continua sendo o maior dos psicólogos. Ele nos dá a chave para a superação de nossas fraquezas: A Verdade vos libertará (Jo 8,32) A verdade nos ensinará a buscar as chaves de nossos conflitos, não no exterior, mas dentro de nós. A sabedoria e a experiência pessoal do grande Santo Agostinho recomendam: admita aquilo que és para um dia – quem sabe – tornar-te aquilo que desejas.
Frei Aldo Colombo.